Este projeto está a desenvolver um mecanismo capaz de inibir a atividade das células tumorais.
Carolina Marques, investigadora na Universidade de Évora (UÉ) e membro do Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV/Requimte), participa no projeto ELPIS com o objetido de desenvolver novos fármacos para combater o cancro.
O objetivo do projeto ELPIS é modificar um esqueleto molecular que tem como base um composto orgânico conhecido como Oxindole. Este esqueleto funciona como um puzzle que tem um núcleo central e onde a partir desse núcleo é possível colocar várias peças para que ele se possa unir a uma proteína ou a uma enzima.
Mais concretamente, este projeto está a olhar para uma família de proteínas, as Tirosina-Cinases, que têm um papel importante na regulação da atividade tumoral.
A ideia é colocar na estrutura deste esqueleto molecular as peças chave que permitam ligá-lo a estas proteínas. Ao ligar este esqueleto molecular às Tirosina-Cinases, elas ficarão inativas, o que por sua vez irá inibir a atividade das células tumorais.
Este processo tem ainda a vantagem de ter um nível baixo de citotoxicidade, o que significa que terá efeitos secundários muito mais reduzidos do que os da quimioterapia, por exemplo.
O objetivo principal deste projeto é desenvolver um novo fármaco com potencial para inibir a atividade tumoral.
Esta investigação está ainda, contudo, numa fase muito preliminar. O processo de desenvolvimento de fármacos é muito muito lento, podendo demorar entre 10 a 15 anos até chegar ao mercado.
“Estamos ainda no início mas estamos convictos que iremos desenvolver algo capaz de inibir estas enzimas, pelo menos em testes preliminares”, revela.
O projeto ELPIS – Atrativas Bibliotecas de Oxindoles como Inibidores Promissores de Tirosina-Cinase para Terapia-Alvo em Cancro é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
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