O objetivo deste projeto é observar como os vasos sanguíneos se formam no cérebro durante o desenvolvimento do embrião.
Vanessa Coelho-Santos, investigadora no Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) da Universidade de Coimbra (UC), está a avaliar o uso de técnicas de microscopia de alta resolução para estudar o desenvolvimento do cérebro durante o período neonatal.
“Até agora tenho estudado de que forma é que os vasos sanguíneos se desenvolvem no cérebro durante o período neonatal usando uma técnica de microscopia de alta resolução, a microscopia dois fotões. Esta técnica permite-nos ver in vivo de que forma é que esses vasos se formam e ficam patentes”, conta.
O cérebro representa apenas 2% da nossa massa corporal, no entanto é o órgão que mais energia e oxigénio consome. Esta demanda de energia necessita de um fluxo sanguíneo constante que é garantido por uma vasta rede de vasos sanguíneos.
A comunicação entre os vasos e o cérebro é dominada por acoplamento neurovascular, no entanto, estudos em humanos e em roedores, demonstraram que durante o período neonatal essa comunicação não existe.
Isto significa que durante o processo de desenvolvimento embrionário existe uma ativação neuronal seguida de um aumento do fluxo sanguíneo. Vanessa Coelho-Santos pretende com este projeto perceber como e quando essa ativação ocorre.
É aqui que entram as técnicas de microscopia de alta resolução. Com estas técnicas é possível observar o preciso momento em que esta activação ocorre, e usar essa informação para melhor compreender este processo.
Esta investigação vai permitir ainda uma maior compreensão dos dados de imagem já pré-existintes, assim como identificar possíveis marcadores que possam ser usados para melhorar o diagnóstico e o tratamento de doenças cerebrais neonatais.
Esta investigação é financiada pela Fundação La Caixa.
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