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Ep. 23 Olga Matos – Novo método de diagnóstico permite detetar casos de Pneumonia de forma mais rápida

December 22, 2016

ep023_interiorDirecionado para países em desenvolvimento, este novo método de diagnóstico de pneumonia, além de produzir resultados mais rapidamente que os métodos convencionais, é mais sensível, mais barato, e precisa apenas de uma amostra de sangue do paciente.​


Olga Matos, investigadora na área da parasitologia médica do Instituto de Higiéne e Medicina Tropical (IHMT) da Universidade Nova de Lisboa, está a desenvolver este novo kit de diagnóstico para pneumonia pelo fungo Pneumocystis jiroveci, com o objetivo de o implementar em países em desenvolvimento.

O Pneumocystis jiroveci é um fungo que provoca patologia maioriatariamente em pessoas com imunodeficiências, sejam estas provocadas por uma infeção através do VIH, SIDA, cancro, ou em pessoas que estão a fazer terapia imunosupressora. “Essas pessoas têm um terreno imunológico propício para o desenvolvimento de Pneumocystis no seu pulmão”, explica.

Segundo Olga Matos, este sistema de diagnóstico baseia-se em antigénios deste fungo produzimos sinteticamente em laboratório. Antigénios são partículas microscópicas do próprio microorganismo que podem ser utilizadas para o identificar.

Um antigénio é uma substância que ao entrar num organismo é capaz de iniciar uma resposta imune, ativando os linfócitos (glóbulos brancos) que por sua vez se multiplicam e enviam sinais para activar as respostas imunes adequadas ao invasor. Um antigénio pode ser a molécula de uma bactéria, de um vírus, ou de um fungo, ou até mesmo componentes inofensivos como alimentos, pólen ou células de outros organismos que sejam identificados como uma ameaça pelo sistema imune.

“Aplicamos esses antigénios a nanopartículas que vão dar a possibilidade de identificar a presença de anticorpos deste fungo na amostra do paciente. Os métodos atuais recorrem a amostras que são obtidas de forma invasiva, enquanto este kit é aplicado ao sangue, que é obtido de forma relativamente fácil e pouco evasiva”, conta.

Este projeto de investigação, que já deu origem a um pedido provisório de patente, vem possibilitar uma melhoria na gestão clínica da pneumomia provocada pela infeção deste fungo, também conhecida por pneumocistose.

Saiba mais sobre a investigadora em: LinkedInResearchGate | IHMT

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