Este projeto pretende identificar biomarcadores que possam ser usados como alvos terapêuticos para o tratamento da enxaqueca.
Ana Fouto, aluna de doutoramento no Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) do Instituto Superior Técnico (IST), participa no projeto MIG_N2Treat com o objetivo de estudar as alterações que ocorrem no cérebro de mulheres que sofrem de enxaqueca menstrual.
Para tal, estão a ser recolhidas imagens por ressonância magnética com o objetivo de estudar estas alterações.
O ciclo da enxaqueca pode ser subdividido em quatro fases, a primeira fase é conhecida como período pré-ictal e corresponde a um período de 48 horas que antecede a dor. Neste momento os doentes já começam a desenvolver alguns sintomas como por exemplo a irritabilidade.
A segunda fase corresponde às primeiras 24 horas após a dor e tem o nome de período ictal. Após esta fase, segue-se o período pós-ictal onde os doentes podem ainda apresentar alguns sintomas, como declínio cognitivo.
Por fim, quando os doentes deixam de reportar qualquer sintoma entramos na quarta e última fase conhecida por período interictal.
Este projeto está a recolher imagens ao longo do ciclo da enxaqueca nestes quatro pontos temporais.
A partir destas imagens são recolhidos dados que permitem caracterizar as alterações funcionais e estruturais no cérebro destes doentes.
A longo prazo esta equipa espera identificar biomarcadores imagiológicos que permitam desenvolver uma técnica de neurofeedback capaz de ajudar os pacientes a gerir a sua dor.
“Podemos pensar nisto como um ginásio mental em que, com base em indicadores de performance dos doentes, podemos treiná-los para que eles consigam desenvolver estratégias mentais para controlar ou até mesmo bloquear as suas próprias crises”, explica.
O projeto MIG_N2Treat – Biomarcadores imagiológicos multimodais ao longo do ciclo da enxaqueca e tratamento preventivo personalizado por neurofeedback está a ser desenvolvido em colaboração com o Instituto de Medicina Molecular (IMM) e o Hospital da Luz. Esta iniciativa é financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
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