As crianças cujos pais têm o hábito de ler com elas apresentam um maior desenvolvimento linguístico do que as restantes.
Iolanda Ribeiro, professora na Escola de Psicologia da Universidade do Minho (UM) e investigadora no Centro de Investigação em Psicologia (CIPsi), está a estudar o impacto da pandemia no desenvolvimento linguístico de crianças em idade pré-escolar.
Este estudo foi financiado pela Fundação La Caixa e teve como objetivo perceber quais eram as diferenças de desenvolvimento linguístico antes e após a pandemia, e verificar como é que determinadas práticas parentais e familiares tiverem impacto no desenvolvimento linguístico destas crianças.
Atualmente, as crianças entre os 2 e os 3 anos de idade passam em média 1,7 horas por dia a ver televisão, no entanto durante a pandemia este valor aumentou para quase 3 horas por dia.
Outro dado deste estudo é que o uso de máscara por parte dos pais não teve qualquer impacto no desenvolvimento linguístico das crianças.
Segundo Iolanda Ribeiro, uma justificação para isto é o facto da natureza da interacção entre pais e filhos ter sido capaz de ultrapassar a barreira causada pelo uso de máscara.
“Outro aspecto que me parece relevante de referir diz respeito à leitura de livros. Nós sabemos que a leitura de livros é um aspeto fundamental e tem um contributo enorme para o desenvolvimento linguístico das crianças. No entanto, nós vimos que não há diferenças entre o antes e o após a pandemia no que diz respeito à leitura de livros. Ou seja, quem lia livros continua a ler, e quem não tinha esse padrão, continua a não ler. Não houve variações durante e após a pandemia”, conta.
Foi também possível verificar que as crianças cujos pais tinham o hábito de ler com elas apresentavam um desenvolvimento linguístico superior às restantes.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | UM | CIPsi
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