Substâncias ativas na superfície de um pedaço de papel mudam de cor caso detetem uma determinada molécula numa amostra biológica do astronauta.
João Gabriel, investigador no Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC), está a desenvolver sensores em papel que podem ser usados no espaço para fazer análises à saliva e à urina de astronautas e de turistas espaciais.
“A presença dos humanos no espaço é cada vez mais intensa. Já há várias empresas a planear e a projetar hotéis no espaço, a Estação Espacial Internacional está cada vez mais preenchida, e o regresso à Lua em princípio é para daqui a pouco tempo. Um dos problemas que isto levanta é a necessidade de dar assistência médica às pessoas que vão ao espaço, particularmente aos turistas que serão filtrados de uma maneira menos exigente que os astronautas”, conta
Nesse sentido, o grupo BioMark do Departamento de Engenharia Química da Universidade de Coimbra está a trabalhar com o Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), e com a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT NOVA), para desenvolver sensores que possam detetar açúcares, antibióticos e outras moléculas biológicas no sangue e na urina dos turistas espaciais e dos astronautas.
Estes sensores são feitos de pedaços de papel nos quais são colocadas substâncias ativas que mudam de cor caso detetem a presença de uma determinada molécula.
No entanto, estes sensores funcionam através de um processo de difusão que necessita que o líquido da amostra seja espalhado no papel para que a substância ativa possa mudar de cor.
Este processo depende da gravidade, e no espaço a gravidade é apenas residual. Nesse sentido, estes sensores estão a ser testados em lançamentos e em voos suborbitais para avaliar a sua eficácia.
Esta tecnologia poderá ser usada num futuro próximo para avaliar a saúde de astronautas e de turistas espaciais de forma rápida e simples.
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