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Ep. 1057 Filipe Pereira – Investigador desenvolve kit capaz de identificar a espécie a partir de uma amostra de DNA

March 30, 2021

ep1057_interiorEste kit pode ser usado em ciências forenses para identificar a que espécie pertence uma amostra de sangue ou de tecido recolhida no terreno, independentemente do seu grau de degradação.


Filipe Pereira, investigador e fundador da Identifica, uma empresa spin-off da Universidade do Porto (UP), desenvolveu um kit rápido capaz de identificar a que espécie pertence uma amostra de DNA.

As técnicas convencionais usadas para identificar a espécie de uma determinada amostra de DNA, recorrem à sequenciação do genoma dessa amostra, nucleótido a nucleótido. Isto faz com que esse processo seja lento e dispendioso.

Já o kit Identifica usa uma abordagem diferente destes métodos. A partir de uma amostra o kit consegue determinar o tamanho de certas regiões do genoma que foram previamente identificadas como informativas e características de uma determinada espécie.

Quando a amostra é recolhida o kit identifica o tamanho dessas regiões do genoma e compara-as com a informação existente numa base de dados própria.

Esta comparação permite identificar a que espécie a amostra pertence, pois esta região difere de tamanho de espécie para espécie. 

“Se imaginarem o DNA como um texto, com as técnicas convencionais temos que ler todas as letras do texto. Com o kit Identifica apenas precisamos de saber o tamanho da frase, algo que não só é mais fácil de obter tecnicamente, mas que também permite identificar a espécie, pois nós descobrimos que o tamanho da frase certa do genoma é diferente de espécie para espécie. É assim que conseguimos identificar as espécies numa dada amostra”, explica.

Esta tecnologia pode ser usada por biólogos e ecólogos em trabalho de campo, para a fiscalização de produtos alimentares, ou até mesmo na área forense para identificar a espécie de uma determinada amostra.

“Isto evita ter que utilizar as técnicas mais convencionais em que se tem que ler todas as letras do DNA, o que apresenta alguma vantagem em termos de aplicações, e do próprio processo dentro do laboratório”, reforça.

Nota: Esta entrevista foi gravada em Outubro de 2019 quando a Identifica ainda estava sediada no UPTEC — Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto.

Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | Identifica

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