Esta investigação estuda a teoria da emergência, a causalidade, e os modelos de explicação das ciências.
Gil Costa Santos, investigador do Departamento de História e Filosofia das Ciência da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e do Centro de Filosofia das Ciências (CFCUL), está a estudar como a multidisciplinaridade entre diferentes áreas científicas promove um maior conhecimento dos objetos de estudo.
“Há uma frase muito conhecida de que há todos que são diferentes da mera soma das suas partes. Neste sentido, o reducionismo é a ideia de que tudo pode ser explicado através das suas partes mais simples, e a emergência significa que há propriedades de sistemas que não são completamente redutíveis, isto é, explicáveis em função das suas partes”, explica.
Por exemplo, com o surgimento da neurociência social, temos uma área de investigação que estuda o impacto do estatuto socioeconómico no desenvolvimento cognitivo e cerebral das crianças, e no seu sucesso escolar.
Isto significa que para se compreender o desenvolvimento cerebral e o comportamento cognitivo de uma pessoa, não basta analisar os seus dados neurológicos e psicológicos, mas também ter em conta os aspetos socioeconómicos.
Segundo Gil Costa Santos, isto demonstra que cada área científica é insuficiente para explicar de forma isolada fenómenos complexos, mas também para explicar ou reduzir os seus próprios objetos de estudo.
Neste exemplo, o desenvolvimento do cérebro não pode ser compreendido apenas sobre a lente das neurociências. A sua compreensão exige a conversão com outras áreas do conhecimento, como a biologia, a psicologia, a sociologia, e a economia.
“É neste sentido que a noção de emergência promove a ideia de uma explicação não em termos redutivos mas em termos integrativos, o que conduz à ideia da interdisciplinaridade e da multidisciplinaridade”, reforça.
Saiba mais sobre o investigador em: FCUL
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