Esta intervenção permitiu identificar as necessidades dos habitantes do bairro e promover a participação das crianças na busca por soluções.
Rosa Madeira, professora no Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro (UA) e investigadora no Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF), trabalhou junto de crianças do Bairro dos Ervedeiros para desenvolver estratégias que promovam o sucesso escolar e uma maior integração com a sua comunidade.
“O projeto no Bairro dos Ervedeiros serviu-nos como campo de investigação e de questionamento das hipóteses com que nós abordávamos as comunidades ciganas. Começou como um projeto de base territorial que surgiu no início de 2020 quando se previa que os grupos invisíveis e mais marginalizados corriam um risco muito agravado com a pandemia”, conta.
Nesse sentido, esta equipa de investigação decidiu que as crianças seriam o seu ponto de entrada no território, desenhando uma estratégia que incluía também as mulheres como conselheiras da equipa no bairro.
A ideia foi legitimar a presença da equipa no local e desenhar de forma participativa uma rede de serviços que ajudasse a desenhar soluções para os problemas estruturais que afetam a população.
Por exemplo, foi melhorado o acesso do bairro à cidade, e construídos espaços para as crianças brincarem.
Este conhecimento permitiu também repensar as estratégias convencionais de integração destas crianças que muitas vezes não têm em conta a realidade em que elas vivem.
“Seguindo essa via consistente de compromisso e de reconhecimento da competência das crianças, seguimos pistas dadas por elas e fomos levadas a experiências extraordinárias que hoje exigem que voltemos aos nossos quadros de referência, e que tenhamos uma outra posição crítica em relação às instituições, e ao modo como tentamos que as crianças destas comunidades sejam inseridas sem ter em conta as suas circunstâncias concretas, e o seu próprio entendimento da sua situação como sujeitos de aprendizagem e de participação”, reforça.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | UA
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