geologia,
90 seg

Ep. 1713 Ana Costa – Sítio arqueológico do Abrigo do Lagar Velho era refúgio para grupos de caçadores-recoletores mas também para animais

January 31, 2024

Foi neste sítio arqueológico onde há 25 anos foi descoberta a criança do Lapedo, uma criança de cinco anos que morreu e ali foi enterrada há 29 mil anos.


Ana Costa, geoarqueóloga no Laboratório de Arqueociências (LARC) da Direção-Geral do Património Cultural (DGCP), estuda os sedimentos no Abrigo do Lagar Velho com o objetivo de perceber como este sítio arqueológico se formou e como foi ocupado ao longo do tempo.

“Eu estudo os sedimentos, isto é a terra que embala os materiais arqueológicos que foram encontrados no sítio do Lagar Velho. O objetivo do meu trabalho é perceber como é que este sítio se formou, quais as alterações que ele sofreu ao longo do tempo, e fazer análises e interpretações de como seria o clima e as condições ambientais na altura”, conta.

Para isso, Ana Maria Costa estuda as partículas orgânicas e inorgânicas que fazem parte do sedimento, de forma a perceber se aquele material chegou ali através do transporte das areias que vieram com a ribeira, se fazem parte do material degradado pela parede calcária do abrigo, ou se ali foi deixado por animais ou por seres humanos.

Há 29 mil anos, estávamos a aproximar-nos de um período muito frio a nível global conhecido como o Último Máximo Glaciar.

Partindo dos estudos realizados no Abrigo do Lagar Velho é possível concluir que o clima nesta região era muito frio e que havia uma diferença térmica elevada entre o Inverno e o Verão, com invernos muito rigorosos, embora o gelo e os glaciares não chegassem a uma latitude tão baixa.

O facto do Abrigo do Lagar Velho se localizar num vale em canhão, muito profundo e muito encaixado na rocha, faria deste sítio um bom abrigo tanto para as comunidades humanas como para os animais e para as plantas.

Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | DGCP | IDL | CIBIO

Scroll to top