A atividade desta enzima no cérebro está também relacionada com a dependência de drogas.
Maria Augusta Coelho, professora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e psiquiatra no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHSJ), está a estudar a relação entre uma enzima e a propensão para atos violentos junto de prisioneiros em prisões portuguesas.
Este estudo tem como objetivo principal ajudar prisioneiros com penas longas por ofensas graves que recorriam ao seu psiquiatra na prisão por terem tido atos de violência e por não se sentirem bem.
Maria Augusta Coelho está há vários anos a estudar uma enzima chamada COMT que é responsável por degradar a dopamina, uma molécula neurotransmissora também conhecida como a molécula do prazer.
Com este estudo, a investigadora pretendia perceber se esta enzima estava alterada nestes prisioneiros, e em particular naqueles que tinham tido atos de violência.
Os resultados demonstraram que a atividade desta enzima no cérebro estava relacionada não só com o tipo de violência, mas também com a dependência de drogas.
Os prisioneiros que tinham maior atividade desta enzima apresentavam maiores níveis de violência premeditada, e quem tinha uma atividade mais baixa, era mais propício a violência impulsiva.
Foi possível verificar também que quanto maior era a atividade desta enzima, maior era a escala de dependência de drogas que estes doentes apresentavam.
Ou seja, parece haver uma relação não só com o tipo de violência mas também com a gravidade da dependência de drogas.
Este conhecimento poderá ser útil para desenvolver novas terapias que permitam ajudar estes pacientes a reduzir a sua propensão para atos de violência e também a sua dependência de drogas.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | FMUP
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