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Ep. 1488 Cristina Cunha – Investigação quer identificar marcadores que melhorem o prognóstico da aspergilose pulmonar invasiva

February 08, 2023

A aspergilose pulmonar invasiva é uma doença infecciosa causada pelo fungo Aspergillus fumigatus.


Cristina Cunha, investigadora no Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho (UM), está a estudar os fatores que determinam a suscetibilidade de pacientes à aspergilose pulmonar invasiva, uma doença infecciosa causada por um fungo que afeta sobretudo doentes imunocomprometidos.

Esta equipa de investigação está à procura de biomarcadores que permitam facilitar o processo de diagnóstico desta doença.

Até ao momento foi possível identificar que os doentes mais suscetíveis a esta infecção fúngica apresentam um microbioma pulmonar desregulado, caracterizado por uma menor diversidade de microorganismos, quando comparados com doentes saudáveis.

Além disso, foi também possível determinar que a variabilidade do microbioma pulmonar no momento do diagnóstico é um fator essencial para a sobrevida destes doentes. Ou seja, a diversidade do microbioma pode ser usada como método de prognóstico para esta doença.

“Conseguimos determinar se, consequente o grau de diversidade deste microbioma ao diagnóstico, os doentes vão conseguir sobreviver melhor ou mais tempo do que os doentes que apresentam uma menor diversidade”, revela.

Neste momento estão a ser realizados estudos longitudinais com o intuito de perceber quais são as causas e as consequências da quebra de diversidade do microbioma pulmonar.

“Precisamos de ir para trás e tentar encontrar onde é que as diferenças realmente acontecem, e o que causa esta consequência. Ou seja, se é uma alteração do microbioma que depois desregula o nosso perfil imunológico e que nos torna mais susceptíveis à infeção, ou ao contrário, se é o nosso perfil imunológico que está desregulado por outra comorbidade, seja por uma infeção, por COVID-19, ou pelo processo de imunossupressão associado a um transplante, que depois desregula o nosso microbioma e aumenta a suscetibilidade à infecção por Aspergillus fumigatus”, explica.

A equipa de Cristina Cunha está a colecionar amostras longitudinais de pré-diagnóstico dos pacientes para tentar identificar marcadores que possam ser usados ao diagnóstico e assim dar horas aos doentes que lhes permitam melhorar o seu prognóstico e a sua qualidade de vida.

Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | Google Scholar | ICVS | UM

 

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