desporto,
90 seg

Ep. 1783 Nuno Mateus – Que impacto tem o sedentarismo em jovens atletas de alta competição?

May 08, 2024

Esta investigação analisou o desempenho de jovens jogadores de futebol que apresentavam comportamentos sedentários fora do treino.


Nuno Mateus, docente na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e investigador no CIDESD – Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano, verificou que comportamentos sedentários fora do treino comprometem o desempenho de jovens atletas.

“Em um dos nossos trabalhos verificámos que o perfil de atividade física e de sedentarismo durante o período de não treino pode comprometer o estímulo de treino em jovens jogadores de futebol”, conta.

Por exemplo, se num determinado exercício forem divididos os jogadores em dois grupos, sendo o primeiro grupo constituído por jogadores mais ativos durante o período de não treino, e o segundo grupo por jogadores mais sedentários, é possível verificar que o primeiro grupo irá executar o exercício a um ritmo muito maior e que isso se traduz num treino mais exigente quer do ponto de vista físico, como do ponto de vista técnico-tático.

“Isto de facto é um tema que à partida pode gerar alguma desconfiança mas que é bastante pertinente. Hoje em dia já temos literatura que nos demonstra que os jovens desportistas são tão ou mais sedentários que os não desportistas nos horários fora de treino”, revela.

Para além disso, estes jovens apresentam também uma grande tendência para dormir menos e pior comparativamente aos seus pares não atletas.

Segundo Nuno Mateus, a literatura atual demonstra que os benefícios inerentes ao exercício podem ser comprometidos em virtude do elevado tempo passado pelos jogadores em comportamentos sedentários fora do treino.

“Nos nossos trabalhos verificámos por exemplo que o estímulo de treino pode ser comprometido em virtude do perfil de atividade física e sedentarismo durante o período fora de treino e que parece existir uma relação ideal entre a atividade física do dia-a-dia e a intensidade de treino no que se refere à qualidade de sono dos jovens jogadores”, conclui.

Este conhecimento poderá gerar recomendações para que os jogadores reduzam o seu nível de sedentarismo durante o período de pós treino. Os treinadores poderão, por exemplo, criar programas de atividade física personalizados para cada jogador que permitam que o seu estilo de vida fora do treino não afete o seu desempenho desportivo.

Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | UTAD | CIDESD

Scroll to top