Estas simulações abarcam períodos temporais que começam em 2015 e que podem ir até 2100.
Rita Margarida Cardoso, investigadora no Instituto Dom Luiz (IDL) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), utiliza modelos climáticos para fazer simulações de clima para o passado recente e projeções para o futuro.
Para avaliar a precisão destes modelos, Rita Margarida Cardoso e os seus colegas fazem simulações de clima para o passado. O objetivo é comparar os resultados da simulação com os registos históricos de forma a avaliar o quão preciso o modelo é.
Estas simulações de climas passados começam em 2015 e permitem projetar a evolução do clima, tendo por base diferentes cenários, até 2100.
De acordo com estes modelos o que é expectável é que Portugal fique mais seco, com menos chuva, e mais quente, em particular junto à fronteira espanhola e na zona centro do Alentejo. Os eventos extremos, e em particular as ondas de calor, serão mais comuns.
Por exemplo, enquanto hoje em dia as ondas de calor têm uma duração média de sete dias, no futuro poderão durar entre 20 a 30 dias, e em alguns casos extremos, durante o verão inteiro.
“Estamos a falar de secas prolongadas que duram mais do que estamos habituados e que serão mais frequentes do que são agora, dependendo das regiões do país, obviamente”, reforça.
Em termos de precipitação, é expectável que diminua o número de dias anual mas que esta seja mais intensa, aumentando também o risco de cheias.
“Isto terá implicações em termos da forma como essa precipitação escorre sobre a superfície. Ao ser mais intensa será mais difícil de ser filtrada pelos solos, e teremos zonas mais propícias à ocorrência de inundações”, revela.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchate | Google Scholar | FCUL | IDL