Este sensor consegue detetar os níveis de moléculas neurotransmissoras como a dopamina em amostras de sangue, de saliva, ou de urina.
Luís Jacinto, professor e investigador na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), está a desenvolver um sensor para o diagnóstico e o acompanhamento de doenças neurodegeneativas como Parkinson ou Alzheimer.
“As alterações dos níveis dos neurotransmissores estão relacionadas com várias doenças, como por exemplo, a doença de Parkinson, a doença de Alzheimer, a esquizofrenia, e a depressão, e neste momento não existem ferramentas de aplicação clínica que nos permitam medir estas moléculas de forma precisa nos níveis que elas ocorrem no sangue, na saliva, ou na urina”, revela.
Neste projeto estão a ser desenvolvidos sensores altamente sensíveis com o objetivo de detetar estas moléculas de forma pouco invasiva através do sangue, da saliva, ou da urina dos pacientes.
Por exemplo, esta equipa criou o sensor mais sensível de sempre para dopamina. Este sensor consegue medir concentrações de dopamina na ordem do attomolar, uma medida idêntica a 1 x 10-18.
“Com estes sensores pensamos conseguir detetar os níveis destas moléculas no sangue, na saliva, e na urina, de uma forma que não era possível até agora”, acrescenta.
Luís Jacinto acredita também que estes sensores terão o potencial de identificar pequenas diferenças entre as concentrações destas moléculas. Esta informação irá permitir fazer um diagnóstico precoce e mais preciso dos doentes, podendo identificar o estádio em que cada um se encontra.
Desta forma os clínicos terão acesso a uma ferramenta que lhes irá permitir gerir melhor a doença e acompanhar o progresso dos seus pacientes ao longo do tratamento para perceber se este está a ser eficaz no restauro dos níveis destas moléculas neurotransmissoras.
Neste momento este dispositivo está em testes pré-clínicos em modelos animais, enquanto o sensor de dopamina está a ser validado em amostras humanas.
Estão também a ser desenvolvidos sensores de serotonina e de glutamato que estão a ser otimizados para conseguir chegar a uma sensibilidade idêntica à do sensor de dopamina.
Saiba mais sobre o investigador em: Google Scholar