Foram inquiridas mulheres transgénero que fizeram a transição após os 50 anos.
Liliana Sousa, professora no Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro (UA) e investigadora do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, estuda a trajetória de vida de mulheres transgénero após os 50 anos.
Com experiência em estudos na área do envelhecimento e, mais concretamente, na procura por fatores que promovem a satisfação com a vida durante o envelhecimento, a equipa de Liliana Sousa teve a oportunidade de entrevistar três mulheres transgénero que fizeram a sua transição depois dos 50.
A trajetória de vida destas mulheres mostra que desde muito cedo já tinham a noção de que algo era diferente nelas, mas não sabiam o que era.
Isto fez com que tivessem vivido fechadas em sofrimento, sem saberem o que eram, e sem se sentirem bem.
Por esse motivo, estas mulheres escolheram viver durante muitos anos de uma forma em que se conformavam às expectativas de género que a sociedade esperava delas, até que a certa altura, após um caminho de autodescoberta, perceberam que tinha chegado o momento de se assumirem como a mulher que são.
A partir daí decidiram viver a sua vida como mulheres e fazer a sua transição a nível social, legal, e médico.
“Outro aspecto que aqui é interessante é que por um lado é a autodescoberta que permite que estas mulheres finalmente sejam quem elas são e sejam mais felizes, mas é também a noção de que estão na velhice e que já não há assim tanto tempo para serem quem são e para serem felizes, que as motiva a fazer esta mudança. A chegada à velhice e a finitude como que trazem um ponto de urgência para ser feliz”, revela.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | UA | CINTESIS