As células tumorais têm recetores de sabor que funcionam como sensores para identificar os compostos que circulam junto destas.
Ana Raquel Costa, investigadora e técnica na Unidade de Microscopia de Fluorescência do Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS) da Universidade da Beira Interior (UBI), está a estudar como os recetores de sabor em células tumorais afetam a eficácia dos fármacos anticancerígenos.
Os recetores de sabor foram inicialmente identificados na boca, mas hoje em dia sabe-se por diversos estudos que eles estão presentes em muitos outros órgãos do sistema humano e animal.
Estes recetores foram também identificados em vários tipos de cancro, nomeadamente no glioblastoma, um tumor cerebral com uma elevada taxa de mortalidade.
Eles funcionam como uns sensores que percecionam o tipo de compostos que circulam junto das células do tumor.
A equipa de Ana Raquel Costa está a estudar dois tipos de recetores de sabor, os recetores de sabor amargo e os de sabor doce.
A ideia é utilizar modelos celulares derivados de pacientes humanos e criar esferóides, estruturas celulares tridimensionais semelhantes a tumores.
Estes esferóides serão depois estudados em laboratório, ativando os recetores de sabor amargo e inibindo os de sabor doce para tentar perceber se existe uma maior ou menor capacidade dos tumores responderem a diferentes tipos de fármacos e proliferarem.
Esta informação poderá ser útil para o desenvolvimento de novas terapias específicas para o sabor que melhor responde a cada tipo de tumor.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | UBI