Estas bactérias são capazes de transferir eletrões para um elétrodo enquanto consomem matéria orgânica.
Catarina Paquete, investigadora no Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB NOVA), está a desenvolver o projeto BIOELETRA com o objetivo de usar bactérias eletroativas para limpar águas residuais e produzir energia de uma forma sustentável.
Dois dos desafios mais urgentes na sociedade atual são a falta de energia e a falta de água potável. Uma solução para estes problemas é a implementação de sistemas bioeletroquímicos usando pilhas de combustível microbiano para uma produção sustentável de energia enquanto limpam a água.
Estas pilhas funcionam com o crescimento de bactérias eletroativas. Estas bactérias têm a capacidade de fazer respiração extracelular e por isso conseguem crescer na superfície de um elétrodo.
Uma aplicação possível é o uso destas bactérias em águas residuais ricas em matéria orgânica.
Quando estas bactérias degradam a matéria orgânica elas produzem eletrões que são transferidos para o elétrodo, permitindo a geração de energia de uma forma sustentável.
O projeto BIOELETRA está a utilizar bactérias marinhas que têm a capacidade de tolerar altas concentrações de sal e que por esse motivo conseguem existir e proliferar em águas residuais.
Usando técnicas de engenharia genética este projeto pretende modificar estas bactérias e melhorar os processos de transferência de eletrões entre a bactéria e o elétrodo, assim como maximizar as interações celulares entre as várias espécies de bactérias eletroativas.
Este projeto foi recentemente galardoado com o Prémio INOV+ na categoria de Inovação Científica.
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