Estes marcadores permitem identificar a presença de microrganismos nocivos para o património cultural, desde monumentos, a obras de arte.
António Pereira, professor no Departamento de Química e Bioquímica da Universidade de Évora (UÉ) e investigador no Laboratório HERCULES, está a desenvolver marcadores fluorescentes de baixo custo para a conservação do património cultural.
Os marcadores fluorescentes que estão actualmente no mercado são muito caros, podendo chegar a custar cerca de €100 por miligrama. Este custo elevado torna inviável o seu uso em análises de rotina para avaliar a presença de microrganismos em monumentos históricos, por exemplo.
Estes valores proibitivos levaram a equipa de António Pereira, e em particular a investigadora Raquel Eustáquio, a planear a síntese de moléculas pequenas de baixo custo, para poderem ser utilizadas em muitas aplicações, não só no património, mas também na clínica, em particular nas áreas da citologia e da oncologia.
Muitas das pinturas do século XV, XVI, e XVII usavam materiais orgânicos à base de ovo, urina, ou sangue. Estes materiais orgânicos são meios de cultura excepcionais para microrganismos.
Isto significa que para se usar as técnicas corretas de restauro nestas pinturas é necessário identificar que microrganismos se estão a desenvolver nesse meio, caso contrário as obras podem ser destruídas se forem usadas técnicas de restauro inadequadas.
“Se nós soubermos com quem estamos, entre aspas, a lidar, nós podemos direcionar a nossa metodologia de restauro e de remediação corretamente”, reforça.
António Pereira espera que estes marcadores fluorescentes de baixo custo sejam uma alternativa viável e acessível para resolver este problema.
Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | UÉ | HERCULES