O macrolixo marinho é caracterizado por ter um tamanho superior a 2,5 centímetros.
Sara Sá, investigadora de pós-doutoramento no CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro (UA), está a estudar o impacto da ingestão de macrolixo marinho nas populações de cetáceos da costa atlântica da Península Ibérica.
Na sua tese de doutoramento Sara Sá realizou um estudo que pretendia avaliar a ingestão de macrolixo marinho por espécies de cetáceos que são mergulhadoras de profundidade.
Um exemplo destas espécies é o cachalote, um cetáceo que está classificado como vulnerável a nível global pela União Internacional para a Conservação da Natureza.
A ideia deste estudo era avaliar a mortalidade destes animais associada à ingestão de lixo marinho de forma a perceber em que medida é que este lixo está a afetar e a pôr em risco estes animais.
Para tal, foi avaliada a presença de lixo marinho no trato intestinal de indivíduos arrojados na costa portuguesa e no norte de Espanha.
Os resultados demonstraram que existe uma percentagem elevada de ingestão de macrolixo marinho por estes animais, o que sugere que este problema esteja a ter impacto a nível das populações destes cetáceos.
Por esse motivo, é importante continuar a estudar os animais que arrojam ao longo da costa no sentido de monitorizar a evolução desta ameaça, de forma a perceber se este é um problema que afeta apenas certos indivíduos de uma determinada espécie, ou se é um problema a nível populacional.
“Queremos tentar perceber em que medida é que esta ameaça é apenas a nível individual, ou se está a contribuir para a redução das populações”, reforça.
Embora esta seja apenas mais uma entre muitas ameaças que estas espécies têm que enfrentar a nível do oceano, a ingestão de lixo marinho contribui de forma significativa para a morte destes animais.
É assim necessário perceber em que medida esta prática está a afetar o estatuto de conservação das populações de cetáceos.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | CESAM