Este programa está a ser aplicado em Évora e recorre ao uso de tecnologia wearable para monitorizar o estado de saúde dos pacientes.
Jorge Bravo, professor no Departamento de Desporto e Saúde da Universidade de Évora (UÉ) e investigador no CHRC – Comprehensive Health Research Center, está a desenvolver o Programa Integrado de Reabilitação Cardíaca Comunitária do Alentejo, um programa de 52 semanas que visa ajudar os pacientes a melhorar de forma progressiva a capacidade de autogestão dos seus indicadores de saúde.
“Partimos recentemente para uma perspetiva integrada dos cuidados prestados aos doentes em reabilitação cardíaca com a implementação de um programa que promove a evolução do paciente ao longo de 52 semanas. A ideia é aumentar progressivamente as suas capacidades de autogestão dos indicadores de saúde, através de tecnologia wearable e aplicações móveis, que, esperamos nós, acabem por culminar numa fase de integração autónoma na comunidade, e que garantam a sustentabilidade dos hábitos adquiridos durante este período educativo e a aquisição de capacidades ao longo deste programa”, explica.
Apesar de partir de uma base de controlo de indicadores de exercício físico, este programa pretende também intervir sobre os hábitos diários do doente. Neste caso, a gestão de hábitos alimentares, de stress psicológico, da qualidade do sono, e de outros indicadores que possam entrar na tomada de decisão clínica para apoio ao doente e para eventuais alterações a esta intervenção.
Este modelo integra também os profissionais de saúde que estão envolvidos no tratamento na fase comunitária, considerando a formação destes profissionais numa perspetiva descentralizada, que permita ramificar esta prestação de serviços e de cuidados a outras áreas geográficas do Alentejo.
“Como sabemos a dispersão geográfica do Alentejo e a dificuldade de fazer chegar os cuidados de saúde a todos, compromete um pouco a equidade da prestação destes cuidados na nossa comunidade”, acrescenta.
O Programa Integrado de Reabilitação Cardíaca Comunitária do Alentejo resulta da interação entre profissionais do corpo clínico do Hospital do Espírito Santo de Évora, coordenados pelo Dr. João Pais, e por investigadores da Universidade de Évora.
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