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Ep. 32 Paula Torres – Nova receita de cimento ósseo dá esperança ao tratamento de fraturas nas vértebras

January 04, 2017

ep032_interiorCom boas propriedades de regeneração óssea este cimento é muito eficaz no tratamento de vértebras fraturadas devido, por exemplo, à osteoporose ou a acidentes.​​


Paula Torres, investigadora do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica (DEMaC) e do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro da Universidade de Aveiro, verificou que ao combinar, pela primeira vez, estrôncio, manganês e açúcar aos habituais ingredientes, desenvolveu um cimento ósseo fácil de injetar e com boas propriedades mecânicas.

Para ser aplicado em fraturas das vértebras, o cimento ósseo tem de ter a viscosidade certa para poder ser manuseado e injetado através da agulha de uma seringa, uma velocidade de endurecimento adequada ao procedimento cirúrgico, uma resistência mecânica comparável à do osso, e potenciar o rápido crescimento de novo osso.

Estas propriedades permitem que este novo material tenha vantagens do ponto de vista clínico em relação aos métodos atuais. “A técnica de aplicação de cimentos ósseos em vertebroplastias é atualmente usada com recurso a cimentos acrílicos, mas esse tipo de cimento não é reabsorvido pelo osso. Quando o colocas ele está lá para sempre, enquanto este tipo de cimento que desenvolvemos, ao fim de um certo tempo vai-se dissolvendo. É substituído por osso que vai crescendo e ao fim de um certo tempo não temos lá mais cimento.”

Para o paciente esta técnica traz várias vantagens ao permitir um tempo de recuperação mais rápido. “As propriedades mecânicas deste cimento permitem que o paciente se possa mexer mais rápido, além de ajudar a formação óssea”, explica.

Segundo Paula Torres, o cimento atua a nível local ao libertar iões que incentivam o crescimento ósseo: “As células ósseas vão trabalhando, vão digerindo o cimento, e vão entrando no metabolismo delas para formar novo osso. Saber que ao fim de um certo tempo já não tenho algo estranho no meu corpo é fantástico.”

Esta investigação resultou do trabalho de Doutoramento de Paula Torres que ambiciona em breve ver o seu trabalho a ser testado em ambiente clínico, nomeadamente, em testes in vivo.

Saiba mais sobre a investigadora em: ResearchGate | CICECO

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