Este projeto está a desenvolver metodologias de descontaminação de veículos e espaços contaminados por agentes químicos e biológicos. O objetivo é aumentar a eficiência dos protocolos praticados atualmente pelo exército para que estes possam passar no “teste de algodão”, após um ataque terrorista, ou uma ameaça biológica.
Wilson Antunes, major do exército colocado na Unidade Militar Laboratorial de Defesa Biológica e Química, está a desenvolver o seu doutoramento no Laboratório de Desenvolvimento Microbiano do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB NOVA).
O projeto RACED é um projeto da Agência Europeia de Defesa que tem como base a análise do risco da contaminação residual com o objetivo de entender o quão eficazes são as metodologias de descontaminação atualmente empregues pela diferentes forças militares dos diferentes exércitos europeus.
“Durante este projeto testámos várias metodologias de descontaminação e desenvolvemos uma nova abordagem com simulantes para poderem ser empregues no terreno de forma a podermos monitorizar a eficácia da descontaminação”, conta.
Esta nova abordagem é dividida em três fases, a avaliação da área contaminada, a aplicação do descontaminante, e a recolha de amostras para análise laboratorial. Este processo permite avaliar com elevada precisão o quão eficiente foi a descontaminação do espaço ou do veículo.
“O processo é sempre feito em três grandes passos, o primeiro passo é onde nós avaliamos a área ou o veículo contaminado. Depois o segundo procedimento é a aplicação do descontaminante controlo. No caso da metodologia RACED vamos colocar os controlos de campo, ou controlos de testemunho, que foram desenvolvidos para avaliar a eficácia do procedimento e por fim é feita a avaliação a nível de laboratório da eficácia monitorizando o grau de viabilidade dos controlos”, explica.
A resposta da análise laboratorial pode ser dada em menos de 24 horas, contudo, o projeto RACED está a trabalhar para encurtar ainda mais este tempo de espera.
Segundo Wilson Antunes, a grande vantagem desta metodologia é permitir desde logo selar uma zona, reduzindo assim a exposição das pessoas ao contaminante, ao mesmo tempo que é dada uma resposta com maior grau de certeza relativamente à eficácia da descontaminação.
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