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Ep. 517 Paula Encarnação – Investigadora desenvolve modelo de avaliação de espiritualidade e de sofrimento em doentes

December 18, 2018

ep517_interiorEste modelo analisa a relação entre o sofrimento, a espiritualidade e as crenças do paciente, com foco em quatro frentes de avaliação intrapessoal, interpessoal, de consciencialização do sofrimento pelo próprio sujeito, e de sofrimento espiritual.​


Paula Encarnação, investigadora na área da Espiritualidade e Humanização nos cuidados em Saúde nas Unidades de Investigação em Enfermagem da Universidade do Minho (UM) e das Escolas Superiores de Enfermagem do Porto e de Coimbra, desenvolveu esta metodologia com o objetivo de auxiliar os profissionais de saúde a adequarem os recursos disponíveis às necessidades dos pacientes.

“Nesta metodologia que utilizamos para investigar o sofrimento e a fé nas pessoas, desenvolvemos um instrumento que pudesse medir sofrimento e encontrámos quatro áreas, uma área de sofrimento intrapessoal, que permite aos funcionários perceberem se quando a saúde física está afetada, se as pessoas não aceitam as suas condições de saúde que a doença incapacitante normalmente traz, e encontrámos uma outra dimensão que é a dimensão interpessoal. A dimensão interpessoal tem a ver com as relações estabelecidas com os outros, como eu me vinculo com os outros e como os outros interpretam o que é a minha doença”, explica.

A investigadora define também uma terceira dimensão que avalia a consciencialização do sofrimento. Esta dimensão permite medir se o paciente compreende o sofrimento que sente, se está consciente da gravidade da situação em que se encontra, e se consegue fazer face a ele através da procura de recursos. Estes recursos podem corresponder a necessidades, de tratamento, físicas, psicológicas, ou espirituais.

Por fim, Paula Encarnação, desenvolveu ainda uma quarta dimensão que corresponde ao sofrimento espiritual. Esta dimensão vai medir se o paciente consegue ou não dar um sentido ao sofrimento que está a sentir.

A pontuação obtida nesta vertente permite aos profissionais de saúde perceber se esta pessoa tem ou não esperança, ou se a mesma não consegue encontrar um sentido para a sua vida. Quanto mais baixa for a pontuação, maior será o sofrimento espiritual do paciente.

“Isto permite aos profissionais de saúde imediatamente accionarem novos recursos para conseguirem fazer com que estas pessoas ganhem nova dimensão e consigam construir passo a passo, dia a dia, a sua própria esperança e vejam que há um novo caminho a progredir”, conclui.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | UM

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