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Ep. 550 Catarina Rato – Estudo quer conhecer o impacto das alterações climáticas na determinação sexual da osga-moura

February 01, 2019

ep550_interiorA osga-moura é uma espécie cuja determinação sexual depende da temperatura a que os ovos são mantidos. O aumento da temperatura média global como resultado das alterações climáticas pode ter um forte impacto nas populações desta espécie.​


Catarina Rato, investigadora do CIBIO-InBIO, está a estudar de que forma a temperatura influencia a determinação sexual desta espécie, assim como o impacto que as alterações climáticas podem provocar no desenvolvimento dos ovos e dos embriões.

“A determinação sexual dos animais, e inclusive na espécie humana, pode ser feita de duas formas, por determinação genética, que é o caso da espécie humana que tem cromossomas que determinam o sexo de cada um dos indivíduos, e por determinação ambiental. Dentro da determinação ambiental temos a determinação sexual por temperatura que é o que acontece com a osga-moura”, explica.

A investigação de Catarina Rato vai tentar perceber quais são as diferentes temperaturas que determinam cada um dos sexos da osga-moura. Para o fazer, vão ser capturados vários indivíduos desta espécie, que serão mantidos em laboratório e cujos ovos vão ser encubados a diferentes temperaturas.

“Já temos alguns resultados preliminares que nos indicam que as temperaturas altas determinam as fêmeas e que as temperaturas baixas determinam os machos”, revela.

Segundo Catarina Rato, este tipo de estudos têm um forte impacto na compreensão dos efeitos no ecossistema provocados pelas alterações climáticas.

“As nossas hipóteses relativamente ao que poderá acontecer a esta espécie são que as populações vão começar a ter indivíduos apenas de um sexo, neste caso provavelmente fêmeas, e que as altas temperaturas, e as oscilações de temperatura, vão provocar altas taxas de mortalidade”, alerta.

Estes efeitos vão fazer com que as populações entrem em declínio não só por passarem a ser constituídas apenas por um sexo, mas também porque muitos dos ovos não vão chegar a eclodir.

Este estudo insere-se no projeto “Alterações Climáticas e Adaptação Local: Desafios de um réptil cujo sexo é determinado pela temperatura ambiente”, um projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e com a duração de quatro anos.

Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | CIBIO InBIO

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