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Ep. 569 Lia Dinis – Caulino, o protetor solar que está a salvar as videiras de apanharem um escaldão

February 28, 2019

ep569_interiorEsta investigação está a estudar os benefícios do uso do caulino para proteger as plantações de videiras do excesso de exposição solar. Além de prevenir o escaldão da folha de videira, esta proteção pode também ajudar a desenvolver vinhos com características diferentes das habituais.​


Lia Dinis, investigadora no CITAB – Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), quer com este estudo conhecer os benefícios do caulino quer na proteção da videira, quer na produção do vinho.

O caulino é uma argila de cor branca utilizado nos EUA para proteger as plantações de macieira do excesso de exposição solar. O sucesso desta aplicação levou a equipa de Lia Dinis a importar este método para as vinhas da região do Douro.

“Na nossa equipa liderada pelo Prof. Moutinho Pereira pensámos porque não utilizar o caulino para minimizar os efeitos do stress estival provocado pelas alterações climáticas nomeadamente na região do Douro. Surge então o caulino, que é uma argila esbranquiçada e que funciona como um protetor solar”, explica.

O estudo começou por analisar como as folhas de videira reagiam ao caulino a nível fisiológico. Estes resultados demonstraram uma clara diminuição do efeito de escaldão visível ao nível das folhas. Contudo, Lia Dinis reforça ser ainda necessário estudar o impacto deste protetor a nível molecular.

“Neste momento quisemos aprofundar um pouco mais, estão ainda a decorrer análises de caris bioquímico e molecular, para de facto tentar aprofundar mais o efeito do caulino quer nos bagos, quer nos vinhos”, revela.

A produção de vinhos tintos com maior acidez e menor valor alcoólico é um dos objetivos deste estudo.

“Relativamente aos vinhos, os mercados cada vez mais procuram vinhos tintos mais semelhantes aos vinhos brancos, com maior acidez e menor valor alcoólico e é isso que nós tencionamos ver, se o caulino pode ajudar nessas características”, acrescenta.

Sendo o caulino um protetor solar, à partida prevê-se que provoque uma diminuição da degradação de ácidos, o que irá permitir aos vinhos manter o seu nível de acidez natural.

“Consequentemente terão um maior valor de antocianinas e depois um equilibrado teor de açúcares com os ácidos”, reforça.

Isto irá permitir desenvolver um produto com características semelhantes às procuradas pelo mercado.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | UTAD

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