Com dados que apontam para uma melhoria de 40% da eficiência energética, este projeto propõe a adoção de sistemas elétricos de corrente contínua em novas habitações e edifícios de escritórios.
António Marques Cardoso, professor na Universidade da Beira Interior (UBI) e coordenador do Centro de Investigação em Sistemas Electromecatrónicos (CISE), está a desenvolver um estudo que visa a análise da instalação de sistemas eficientes e fiáveis de distribuição de energia elétrica em corrente contínua para ambientes residenciais e de escritórios.
Atualmente, os sistemas de eletricidade dos edifícios tipicamente funcionam com corrente alternada. Esta realidade entra em contraste com os sistemas de alimentação e de armazenamento de energia dos nossos eletrodomésticos e baterias, pois estes funcionam em corrente contínua. A diferença entre estes dois sistemas leva a perdas de energia e a uma menor eficiência de consumo energético.
Para António Marques Cardoso, a solução passa por uma mudança de paradigma que leve à instalação de sistemas de corrente contínua na construção de novos edifícios e habitações.
“O paradigma alterou-se essencialmente aquilo que corresponde aos três vetores energéticos que temos de considerar que são a produção de energia elétrica, a sua utilização e o seu armazenamento. Na realidade hoje em dia aquilo que temos em termos dos geradores de energia elétrica e, muito pela responsabilidade das energias renováveis, essa geração é feita maioritariamente em corrente contínua. Depois, os equipamentos que utilizamos são na sua grande maioria, hoje em dia, de corrente contínua assim como os dispositivos de armazenamento, as baterias e os condensadores”, explica.
Perante esta conjuntura, o investigador está a desenvolver estudos no sentido de apurar os benefícios gerados pela instalação de um sistema de corrente contínua em oposição a um de corrente alternada.
“Se temos geradores em corrente contínua, maioritariamente, os equipamentos que utilizam essa energia elétrica em corrente contínua e os equipamentos de armazenamento também em corrente contínua o que se questiona é por que continuamos a ter nas nossas casas, nas nossas habitações e nos nossos escritórios uma alimentação em corrente alternada?”, questiona.
No âmbito deste estudo foi possível concluir que para uma habitação típica de um país europeu é possível alcançar ganhos na ordem dos 40% se a alimentação dessa habitação for feita em corrente contínua ao invés de corrente alternada como acontece atualmente.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | UBI
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