saúde pública,
90 seg

Ep. 587 Pedro Farias – Estudo indica origem de bactérias responsáveis por infeções hospitalares

March 26, 2019

ep587_interiorEste estudo analisou a presença de bactérias e microorganismos patogénicos em hospitais da região Centro. Lavatórios, torneiras, chuveiros e outros equipamentos associados à água apresentaram uma maior presença de organismos responsáveis por infeções hospitalares.


Pedro Farias, investigador do CEMMPRE – Centro de Engenharia Mecânica, Materiais e Processos da Universidade de Coimbra (UC), desenvolveu este estudo coordenado por Paula Morais em pareceria com o Instituto Piaget.

No ambiente hospitalar existem microbiomas, ecossistemas de bactérias e microrganismos, específicos e associados às diferentes superfícies e equipamentos utilizados pelos pacientes e por todo o pessoal médico e não médico.

Das camas aos corrimões, das casas de banho aos gabinetes e salas de atendimento. Esta investigação procurou estudar a incidência de organismos patogénicos nestas diferentes superfícies.

Segundo Pedro Farias, nas análises realizadas a estes equipamentos foram descobertos organismos inócuos e organismos patogénicos. Dentro do grupo de organismos patogénicos foram descobertas bactérias como a Pseudomona aeruginosa, que pertence à classe de organismos que provocam infeções nosocomiais que se caracterizam por serem aquelas contraídas durante o internamento, Klebsiella, um tipo de organismo associado a ter múltiplas resistências a antibióticos, e Micobactérias não-tuberculosas, um organismo de elevada expressão nos últimos anos em ambiente hospitalar.

Os equipamentos associados à água como lavatórios, chuveiros e torneiras apresentaram uma maior incidência destes organismos.

“Em relação à dispersão houve equipamentos nomeadamente aqueles associados à água, as torneiras, os chuveiros, e os lavatórios, que tiveram maiores números de colonização e portanto são pontos de dispersão destes organismos”, reforça.

Para Pedro Farias um dos resultados mais relevantes deste estudo foi a observação de que os equipamentos associados aos pacientes têm um microbioma próprio distinto do dos restantes equipamentos.

“Um resultado bastante relevante é a associação de certos equipamentos com comunidades microbianas características, estes normalmente associados aos pacientes completamente característicos e diferentes daqueles objetos e superfícies associados a pessoal médico ou não paciente”, revela.

Os resultados deste estudo permitem fornecer à comunidade hospitalar estratégias de limpeza e higienização dos equipamentos mais críticos na dispersão de infeções hospitalares, podendo assim as equipas agir de forma preventiva para reduzir as probabilidades de propagação destes microrganismos.

“Com estes dados a comunidade hospitalar pode mais atentamente lidar com superfícies e equipamentos mais associados aos pacientes ou que sejam focos de dispersão, nomeadamente as áreas em redor dos pacientes que podem ter um cuidado especial de higienização prevenindo a dispersão de organismos indesejáveis”, conclui.

Saiba mais sobre o investigador em: UC

Scroll to top