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Ep. 601 Otília Fernandes – Pessoas com perturbações psicológicas são mais suscetíveis à adição à internet

April 15, 2019

ep601_interiorEstudo realizado junto de estudantes universitários revela que pessoas com perturbações psicológicas e dificuldades de interação social são o grupo com maior probabilidade de ficar viciado no uso da internet.​


Otília Fernandes, docente do Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), realizou este estudo com o objetivo de comparar os diferentes graus de adição à internet com a personalidade dos participantes.

“Hoje estamos a viver num mundo completamente novo em que a internet é um instrumento que nós utilizamos com muita frequência e os psicólogos, não só a minha equipa aqui na UTAD como a nível nacional, estamos preocupados com os novos comportamentos e com as novas adições relativas ao uso e abuso da internet. Nesse âmbito realizei conjuntamente com alguns alunos, e com os meus colegas, alguns estudos no âmbito do abuso da internet para tentarmos explicar e responder a essas questões”, conta.

Este estudo foi realizado junto de estudantes universitários e consistiu no uso de dois instrumentos de análise comportamental. O primeiro mede o grau de dependência da internet e o segundo mede o tipo de personalidade do participante.

O recurso a estes instrumentos teve como objetivo perceber quais são os tipos de personalidade que mais se viciam na internet.

“Verificámos que as personalidades mais hostis, mais neuróticas, mais psicopáticas portanto as que têm mais dificuldade em estabelecer relações com as outras pessoas têm mais possibilidade de se viciarem na internet porque usam o ecrã para estabelecerem relações com os outros. Também as pessoas mais perturbadas utilizam a internet para fazer aquilo que faziam já sem a internet”, revela.

Para Otília Fernandes, o uso da internet não conduz a um maior abuso da mesma. Os resultados deste estudo indicam que a adição à internet deve-se essencialmente à presença de uma patologia já existente.

“Aquilo que podemos dizer é que a internet existe e o facto de existir não quer dizer que conduza a um maior abuso, previamente à adição à internet se calhar estão outras patologias, e a dependência à internet só está a camuflar algumas outras perturbações que estão por trás disso”, conclui.

Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | UTAD

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