Este estudo está a colocar biomarcadores nas baleias-piloto que habitam as águas ao largo do arquipélago da Madeira. O objetivo deste estudo é usar esta espécie como bioindicador para o ecossistema oceânico da Macaronésia.
Filipe Alves, investigador do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente e do Observatório Oceânico da Madeira (OOM), recorre à telemetria para registar os percursos das baleias-piloto marcadas pela sua equipa.
“Estou atualmente ligado a projetos que envolvem o recurso à telemetria que é uma tecnologia que utiliza o seguimento remoto para o estudo de um objeto. Neste caso em particular o objeto são os grandes vertebrados pelágicos que habitam as águas oceânicas do arquipélago da Madeira, como as baleias-piloto”, explica.
Esta tecnologia consiste na colocação de biomarcadores pouco invasivos na barbatana dorsal dos animais, que permitem aos investigadores obter conhecimento sobre os seus movimentos.
A baleia-piloto foi escolhida como espécie alvo por ser um predador de topo da cadeia alimentar, o que faz desta espécie um bioindicador para o estado do ecossistema das águas da Macaronésia.
Os resultados deste estudo indicam que esta espécie passa grande parte do seu tempo no canal entre a ilha da Madeira e as ilhas Desertas, com maior incidência durante o Outono.
Para Filipe Alves, é importante recolher ainda mais dados e aumentar o número de indivíduos em estudo de forma a melhorar o conhecimento sobre os hábitos de deslocação desta espécie.
“Tivemos um indivíduo em particular que num espaço de 21 dias deslocou-se entre a Madeira e as Canárias e regressou novamente à Madeira, o que requer esforços conjuntos até em termos internacionais para promovermos a conservação desta espécie”, revela.
Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | Google Scholar