Com foco em espécies invasoras como as acácias, este projeto pretende usar o material verde resultante da compostagem destas espécies para fertilizar os solos queimados após um incêndio.
Cristina Máguas, docente do Departamento de Biologia Vegetal na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), Presidente da Federação Europeia de Ecologia, e coordenadora do CE3C – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais, desenvolve este projeto para melhor gerir o impacto de espécies de plantas invasoras como as acácias.
“Nós já tínhamos no nosso grupo pessoas a trabalhar com as adaptações das espécies mediterrânicas ao fogo e então lembrámos-nos de utilizar para o restauro pós-fogo, uma série de técnicas em que uma delas consiste na utilização de compostos verdes para fertilizar os solos”, conta.
As acácias são espécies exóticas que, após um incêndio, têm uma forte capacidade de se expandirem e de se desenvolver ao longo do território queimado.
Uma forma de evitar que esta espécie domine a paisagem florestal após um incêndio seria usar as suas propriedades para desenvolver material de compostagem para fertilizar os solos queimados.
“Por quê as acácias ou outras espécies exóticas? Porque infelizmente nós temos a certeza absoluta que após um fogo vamos ter uma expansão e um grande desenvolvimento destas espécies. Por isso, estamos a testar um conjunto de soluções que passam por uma articulação entre a compostagem deste material verde que vai rebentar após o fogo e que existe nas zonas ardidas com estilha de material queimado, seja ele de espécies nativas ou de espécies exóticas, com técnicas muito simples como por exemplo a realização de sulcos no solo em que então nós podemos melhorar o solo com estes materiais que estão ali disponíveis”, revela.
Estas técnicas poderão ser assim usadas pelos gestores florestais para minorar os efeitos do fogo no solo florestal e para aumentar a produtividade dos seus sistemas.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | CE3C | FCUL
Related Episodes
