A matéria escura é um dos principais mistérios da física na atualidade. Proposta como sendo a matéria estruturante do universo, a matéria escura não interage com nada, o que dificulta a sua deteção.
José Matias Lopes, investigador do LIBPhys – Laboratório de Instrumentação, Engenharia Biomédica e Física da Radiação do Departamento de Física da Universidade de Coimbra (UC), participa no projeto XENON, uma experiência localizada sob uma montanha em Itália onde estão a ser desenvolvidos esforços para detetar a matéria escura.
“A matéria escura funciona um pouco como a cola a nível galáctico. Crê-se que a matéria escura é aquela que permite agregar melhor as galáxias e os grupos de galáxias. Sem ela as galáxias não teriam essa forma, seriam muito mais dispersas. A matéria escura funciona como algo que é estruturante a nível astronómico”, explica.
O XENON consiste numa experiência que utiliza um gás raro, o xénon, dentro de um recipiente com dois metros e meio de altura e cerca de um metro e meio de largura, com três toneladas de xénon híper puro, sob pressão, a noventa graus centígrados negativos, mergulhado dentro de água num tanque com dez metros de diâmetro e dez metros de altura.
José Matias Lopes compara esta experiência a uma panela de pressão gigante que, sob estas condições, tentará detetar um sinal criado pela passagem da matéria escura.
Estima-se que a matéria escura componha cerca de 85% de toda a matéria do universo. Detetar esta matéria será o primeiro passo para melhor compreender os mistérios do cosmos.
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