Ultrapassada a fase de ensaios clínicos em humanos, esta equipa de investigação está atualmente a analisar os resultados com o intuito de determinar a eficácia desta vacina na prevenção da malária.
Miguel Prudêncio, investigador no Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (IMM) e professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), usou um parasita de roedores semelhante ao parasita que provoca a malária em seres humanos para desenvolver esta vacina.
“A nossa proposta de agente de vacinação contra a malária baseia-se num parasita de roedores que por ser de roedores não causa malária em seres humanos. Introduzimos nesse parasita de roedores uma proteína do parasita humano que funciona como se fosse uma máscara. É como se o parasita de roedores estivesse vestido com um casaco de parasita humano”, explica.
A ideia é que este ‘casaco’ despolete uma resposta imunitária do organismo humano contra o próprio parasita de roedores e contra as moléculas da estirpe do parasita da malária que afeta seres humanos.
Esta resposta imunitária poderá levar à produção de anticorpos específicos contra o parasita humano.
Após uma fase de desenvolvimento pré-clínico com sucesso, esta vacina está agora a finalizar os ensaios clínicos em pacientes humanos.
“Fizemos primeiro um conjunto alargado de ensaios chamados pré-clínicos para demonstrar que este agente de vacinação tinha a capacidade de levar a respostas imunitárias eficazes contra o parasita humano. Com base nos resultados promissores que obtivemos conseguimos a autorização para a realização de ensaios clínicos em seres humanos”, revela.
Os ensaios clínicos foram realizados na Holanda e terminaram em Maio deste ano. Miguel Prudêncio e a sua equipa está neste momento a terminar a análise dos resultados desses ensaios para determinar o grau de eficácia desta nova estratégia de vacinação.
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