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Ep. 718 Fernanda Magalhães – Como eram construídas as casas nas cidades Romanas da Península Ibérica?

November 06, 2019

ep718_interiorEsta investigação estudou o tipo de habitações construídas nas cidades romanas do noroeste peninsular entre o século I e o século IV.​


Fernanda Magalhães, investigadora do Lab2PT – Laboratório de Paisagens, Património e Território e colabora com a Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho (UM), está a desenvolver investigação no âmbito do projeto ‘A Domus Romana no Noroeste Peninsular: Construção, Arquitetura e Sociabilidades’.

A ideia deste projeto era comparar o tipo de construção feita durante o período romano com as habitações e com o desenho das cidades do noroeste peninsular.

“Com este projeto pretendíamos perceber se o tipo de construção que se fazia nas outras cidades romanas também se verificava em termos de construção doméstica, em termos de casas propriamente ditas e se esse tipo de casas também acontecia nestas cidades do noroeste peninsular”, conta.

A partir da cidade romana de Bracara Augusta, em Braga, foram analisadas seis habitações. Estas casas foram selecionadas por já terem sido caracterizadas anteriormente, servindo de base de comparação com outras cidades do noroeste peninsular.

A cidade de Bracara Augusta estava dividida em lotes que ocupavam um quarteirão. Nesta cidade foi possível identificar casas que ocupavam um lote completo e casas que ocupavam meio lote.

Para Fernanda Magalhães, a área de ocupação da casa não era sinónimo da riqueza da pessoa que nela habitava. A delimitação da cidade por lotes significava que uma eventual expansão habitacional teria que ser feita na vertical e não na horizontal.

“Isso permite-nos perceber que ao definirem os lotes, ao planificarem uma cidade impede o crescimento na horizontal. A cidade podia apenas crescer, se fosse necessário na vertical. Isso não quer dizer que o poder económico dos seus proprietários fosse inferior ou menor, logo um dos dados que nós conseguimos tirar deste trabalho é esse mesmo, é que a condição económica dos proprietários não se pode analisar pelo tipo de planta da casa”, revela.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Lab2PT | UM

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