Esta investigação está a estudar a influência dos compostos voláteis produzidos por bactérias no crescimento de plantas.
Paulo Cardoso, investigador do CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro (UA), quer compreender se estes compostos voláteis podem ser usados como uma alternativa sustentável para melhorar a produtividade agrícola.
Quando passeamos pelo campo na Primavera sentimos o cheiro das flores. Este cheiro é o resultado de compostos voláteis produzidos por estas plantas. Contudo, não só as plantas produzem estes compostos. Organismos como as bactérias e os fungos também os produzem.
Estes compostos voláteis produzidos por bactérias possuem bioatividade que, no caso das plantas, é capaz de promover o crescimento direto e a tolerância a factores abióticos como a seca.
A equipa de Paulo Cardoso publicou recentemente um estudo que passou por recolher amostras de bactérias presentes em plantas leguminosas selvagens em vários locais de Norte a Sul do país com condições climáticas distintas.
Com base nesta recolha, foi construída uma coleção de bactérias. Estas bactérias foram caracterizadas com o objetivo de avaliar a sua capacidade promover ou não o crescimento de uma planta modelo.
A planta escolhida foi a Arabidopsis thaliana, uma pequena planta com flor usada como espécie modelo para estudos em laboratório.
Os resultados demonstraram que cerca de mais de metade das bactérias recolhidas conseguiam promover o crescimento desta planta.
Tanto os testes realizados em laboratório como em estufa tiveram resultados positivos. Neste momento Paulo Cardoso está a desenvolver trabalho de campo no sentido de avaliar a prestação destes compostos voláteis na promoção do crescimento de plantas no campo.
Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | Google Scholar | CESAM