Este projeto vai recolher microalgas e cianobactérias do solo nos terrenos à volta de zonas ardidas. A ideia é usar estes microrganismos para promover o crescimento de plantas após um incêndio.
Paula Melo, investigadora do Centro de Produção Agroalimentar Sustentável (GreenUPorto) e docente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), está a desenvolver o projeto Green Rehab, um projeto que visa desenvolver um sistema de reabilitação sustentável para solos ardidos.
O objetivo do Green Rehab passa pela inoculação de produtores primários, como as cianobactérias e as microalgas em solos ardidos. Estes produtores primários vão funcionar como espécies pioneiras permitindo depois o restabelecimento do ecossistema nas zonas ardidas.
As cianobactérias e as microalgas são organismos capazes de capturar azoto e de fertilizar o solo. Com recurso a estes microrganismos será possível recuperar a qualidade do solo após um incêndio e promover o regresso da vegetação àquele local.
Numa primeira fase será feita a recolha e o isolamento de microrganismos, algas e cianobactérias da região de Mortágua, em regiões circundantes de zonas queimadas.
Esses organismos serão depois crescidos em laboratório para numa segunda fase ser testada a sua capacidade de promover o crescimento de plantas e de melhorar a estrutura do solo.
Numa terceira fase será feito um consórcio entre os organismos que apresentarem as melhores características.
Estes organismos serão crescidos em larga escala por uma empresa produtora de algas. A ideia é produzir uma quantidade suficiente destas microalgas e cianobactérias para inocular uma vasta área de solos ardidos.
Estes solos serão monitorizados ao longo de um ano para medir a sua qualidade, assim como o nível de crescimento do coberto vegetal.
“Vamos tentar monitorizar o restabelecimento da sucessão ecológica natural que acontece nos terrenos após um incêndio. A ideia aqui é testar se de facto essa recuperação é acelerada pela introdução deste inócuo dos tais produtores primários que são as microalgas e cianobactérias”, revela.
Saiba mais sobre a investigadora em: FCUP
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