Cada eletrão tem um sentido de rotação próprio, conhecido por spin up ou spin down. Ao filtrar os diferentes eletrões pelo seu sentido de rotação é possível desenvolver sensores para detetar pequenos campos magnéticos.
Susana Cardoso Freitas, professora de física no Instituto Superior Técnico (IST) e investigadora do INESC Microssistemas e Nanotecnologias (INESC MN), está a usar esta propriedade dos eletrões para desenvolver dispositivos com aplicação na eletrónica comum ou na área da biomedicina.
A área da eletrónica que estuda o sentido de rotação dos eletrões é conhecida como spintrónica. Atualmente existe tecnologia capaz de filtrar à nanoescala o diferente canal de rotação, ou spin, dos diferentes eletrões dentro de uma corrente elétrica.
Com esta tecnologia é possível desenvolver sensores para detetar campos magnéticos, por exemplo.
O grupo de Susana Cardoso Freitas está a estudar a aplicação destes dispositivos na eletrónica comum, com aplicações na indústria automóvel, por exemplo, e na área da biomedicina.
Na biomedicina é possível usar sensores spintrónicos para detetar campos magnéticos criados por correntes iónicas no corpo humano. Estes sensores podem ser usados para informar sobre o estado de saúde de um paciente.
Também é possível usar nanopartículas magnéticas como marcadores de células ou de bactérias. Estes marcadores podem ser usados em amostras de biológicas de sangue ou de urina para identificar a presença de uma bactéria ou de outro agente infecioso, ou em simples análises clínicas de rotina.
“A ideia é que como os sensores spintrónicos são extremamente pequeninos e extremamente sensíveis a campos magnéticos muito pequenos e locais, não precisamos de ter uma grande concentração ou um grande volume de amostra para dar uma informação fiável sobre o estado global de saúde, por exemplo”, revela.
Esta tecnologia pode ser um passo importante no desenvolvimento de uma nova geração de sensores para o diagnóstico em tempo-real do estado de saúde dos pacientes.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | Google Scholar | INESC MN | IST