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Ep. 792 Ricardo Pires – Investigação desenvolve composto capaz de matar células cancerígenas com recurso a proteínas produzidas pelo próprio tumor

February 18, 2020

ep792_interiorEsta investigação está a desenvolver um composto que, ao entrar em contacto com proteínas e enzimas produzidas pelas células cancerígenas, é capaz de produzir uma cápsula de fibras que envolve o tumor, sufocando-o e promovendo a morte celular.


Ricardo Pires, investigador do grupo 3B’s – Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos da Universidade do Minho (UM), está a desenvolver métodos capazes de aproveitar as características que distinguem uma célula cancerígena de uma célula saudável para as eliminar.

As células cancerígenas apresentam uma sobrexpressão de determinadas proteínas e enzimas que as diferenciam das células saudáveis.

Este grupo de investigação está a desenhar compostos capazes de usar as enzimas produzidas pelas células cancerígenas para formar fibras à volta das células.

Estes compostos são capazes de se auto-organizar em estruturas pré-programadas. A ideia do grupo de Ricardo Pires é que este efeito seja aproveitado para que quando estes compostos entrem em contacto com as enzimas produzidas pelo tumor se reorganizem e formem uma cápsula de fibras em torno da célula.

“Ao haver esta conversão é formada uma rede à volta da célula que encapsula a célula nessa rede e inibe a troca de nutrientes promovendo a morte celular auto-regulada. Isto é, a própria célula cancerígena inicia processos internos para se suicidar”, explica.

Neste momento estão a ser realizados testes em animais com modelos de osteossarcoma, um cancro que afeta os ossos.

Os primeiros resultados indicam que estes compostos não só são capazes de provocar a morte celular das células cancerígenas, como também promovem a regeneração do tecido afectado, sendo substituído por células saudáveis após a morte do tumor.

“Nesta altura estamos a ultimar as partes dos testes in vivo em animais e a seguir iremos fazer testes de eficácia do composto a longo termo, utilizando tempos mais longos, para ver se há algum retrocesso no cancro ou não”, revela.

Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Google Scholar | 3Bs

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