O romanceiro é um género literário que nasce na idade média e que consiste em poesia narrativa que é cantada, recitada e transmitida de memória em memória.
Sandra Boto, investigadora no Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC) da Universidade do Algarve (UAlg), colaboradora no Centro de Literatura Portuguesa (CLP) da Universidade de Coimbra (UC), e membro da Fundação Ramón Menéndez Pidal (FRMP) em Madrid, está a desenvolver um projeto que tem como objetivo elaborar o arquivo digital do romanceiro português.
“O Romanceiro.pt nasceu em 2013 quando decidimos com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian fazer a migração do conteúdo de um arquivo que estava e que está neste momento ainda sediado na Universidade do Algarve no CIAC que é o arquivo do romanceiro português”, conta.
Segundo Sandra Boto, este arquivo é um arquivo único à escala mundial porque recolhe todas as manifestações impressas e sonoras do romanceiro português da tradição oral moderna.
O romanceiro é um género que nasce na idade média, existem registos escritos que provam a existência documental deste género em 1421, no século XV, e que consiste em poesia narrativa que é cantada, recitada e que é transmitida de geração em geração, com a memória a ser o suporte principal de transmissão destes conteúdos.
“Falamos de poesia que tem raízes ancestrais, que tem uma vinculação à épica medieval e também às baladas europeias. É uma tradição oral que não devia ser menosprezada”, reforça.
Sandra Boto afirma que o objetivo deste arquivo não é apenas salvaguardar a tradição e o património do romanceiro português mas também proporcionar uma área de trabalho para que as novas metodologias de investigação associadas a tecnologia possam confluir e ser aplicadas de forma benéfica ao estudo do romanceiro de tradição oral.
O arquivo digital do romanceiro português pode ser acedido através do site romanceiro.pt.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | Academia.edu | CIAC
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