Este estudo está a identificar obras escritas nas línguas nativas de Angola e de Moçambique com o objetivo de as preservar.
Gonçalo Fernandes, professor na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e investigador no Centro de Estudos em Letras (CEL), dedica o seu trabalho ao estudo de obras escritas nas línguas indígenas nativas de Angola e de Moçambique com o objetivo de as preservar e de as dar a conhecer ao Mundo.
“Estamos a fazer uma descrição das línguas indígenas nativas dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mais concretamente dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Neste momento só temos dados materiais sobre Angola e Moçambique, pois os outros países desenvolveram os crioulos”, conta.
Em Angola existem cerca de 50 línguas nativas e em Moçambique cerca de 40.
Infelizmente, muitas das obras e documentos escritos nas línguas nativas destes países estão espalhadas e perdidas em bibliotecas privadas e em algumas bibliotecas públicas o que dificulta a sua localização.
O objetivo deste estudo passa em primeiro lugar por fazer um levantamento das obras que existem desde o início da colonização portuguesa até à independência destes países em 1974/75.
A segunda fase deste trabalho passará por digitalizar essas obras e por as dar a conhecer ao público, seja através de edições fac-similadas das próprias obras, seja através da criação de um site que sirva de arquivo para a sua divulgação.
Gonçalo Fernandes pretende também realizar edições semi diplomáticas para que qualquer investigador a nível mundial possa ter acesso a estas obras.
“O primeiro grande trabalho é estudar, ver e analisar as obras existentes e publicadas até hoje, assim como manuscritos não publicados das línguas nacionais desses dois países de língua oficial portuguesa e dá-las a conhecer ao mundo”, reforça.
Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | Google Scholar | UTAD
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