Esta investigação está a estudar e a desenvolver modelos de cinema interativo. A ideia é perceber se existe uma evolução da linguagem audiovisual do cinema através da participação ativa do espectador.
Bruno Mendes da Silva, investigador no Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC) e docente na Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve (UAlg), está a desenvolver o projeto “Os Caminhos que se Bifurcam”, um projeto prático na área do filme interativo que procura conhecer como está a evoluir a linguagem audiovisual através do cinema interativo.
“Em última instância tentamos perceber se existe uma evolução da linguagem audiovisual que ficou estanque, cimentou-se muito cedo, provavelmente por volta dos anos 20 do século passado, e perceber se existe essa tendência de evolução através da participação ativa do espectador via filme interactivo”, conta.
Segundo Bruno Mendes da Silva, um dos resultados teóricos deste projeto é a perceção de diferentes modelos de interatividade fílmica que podem ser aplicados a todos os filmes que foram produzidos nesta linha desde 1965 até aos filmes que poderão aparecer num futuro próximo.
Foram identificados dois modelos principais de interatividade, o modelo arborescente onde o espetador é apresentado com escolhas simples entre dois caminhos possíveis, à semelhança do episódio Bandersnatch da série Black Mirror produzida pela Netflix, e o modelo fértil onde a interação entre o espectador e o filme pode levar à criação de novos conteúdos que não estavam pré-definidos.
No âmbito deste projeto foram produzidas experiências interativas como o filme Neblina, uma narrativa dividida em três fluxos de imagens onde o espectador é convidado a tomar parte na narrativa selecionando o fluxo que quer ver num determinado instante.
