A lanterna mágica é um aparelho de projeção de diapositivos de vidro com figuras, antecessora dos aparelhos de projeção modernos.
Ângela Santos, aluna de doutoramento em Conservação e Restauro na VICARTE – Vidro e Cerâmica para as Artes na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT NOVA), está a estudar o arquivo de diapositivos de vidro de lanterna mágica da Cinemateca Portuguesa e dos Museus de Ciência de Lisboa, Coimbra e Porto.
Inventada no século XVII, a lanterna mágica era constituída por uma câmara escura e um jogo de lentes. Este sistema consistia num conjunto de diapositivos de vidro, placas pintadas com desenhos, que eram atravessadas por uma fonte de luz e projetadas numa tela. Estas ilustrações eram feitas de forma a que a sua manipulação criasse nos espetadores a ilusão de movimento.
Estes diapositivos de vidro eram pintados com óleos e aguarelas e podiam ser usados tanto para dar aulas como em grandes espetáculos. Acompanhadas de música e de uma narrativa, era criada a ilusão de movimento das figuras ao mover os vidros pintados, marcando assim o início do período pré-cinema.
Segundo Ângela Santos, estes diapositivos têm vários problemas de conservação associados, principalmente devido ao seu manuseamento e ao excesso de exposição à luz e ao calor durante as projeções.
Em conjunto com uma equipa multidisciplinar e internacional, Ângela Santos está a estudar documentos históricos sobre os materiais e as técnicas de produção destes diapositivos, desde o vidro à pintura.
Estão também a reconstituir as tintas usadas nestes diapositivos com base em receitas históricas de produtores como Winsor & Newton.
“Neste momento estamos a identificar os mecanismos de degradação para podermos desenvolver estratégias de conservação que terão um grande impacto na valorização e na salvaguarda deste património”, reforça.
Este projeto está a ser desenvolvido no âmbito do Programa Doutoral CORES – Conservação e Restauro do Património Cultural.
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