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Ep. 897 Paula Urze – Qual a estratégia europeia para a diplomacia científica?

July 14, 2020

ep897_interiorEste estudo está a estudar a ação dos países europeus perante encontros e episódios internacionais de partilha de conhecimento científico com o objetivo de desenhar uma estratégia consolidada para a diplomacia científica.


Paula Urze, investigadora no Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT) e docente na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (FCT NOVA), está a desenvolver o projeto InsSciDE, um projeto europeu que tem como objetivo avaliar a estratégia da União Europeia (UE) de cooperação com outros países através de dois estudos de caso, os encontros europeus de Ciência, e o desastre de Fukushima.

Em 11 de Março de 2011 ocorreu o acidente nuclear de Fukushima Daiichi, uma central nuclear na região japonesa de Fukushima, provocado pelo impacto de um tsunami.

“No caso de Fukushima tivemos a oportunidade de entrevistar o Embaixador José Freitas Ferraz, diretor do Instituto Diplomático e, na altura do desastre, Embaixador Português no Japão. Esta entrevista permitiu perceber já muitos dos contornos daquilo que nós podemos colocar como hipótese da não existência, de acordo com esses testemunhos, por exemplo, de uma estratégia consertada dos países europeus na altura”, revela.

Perante o desastre nuclear de Fukushima, cada país agiu de forma individual, sem procurar definir um caminho de colaboração que englobasse todos os restantes membros da UE e que permitisse desenhar uma estratégia europeia de colaboração.

Os Encontros de Ciência são eventos realizados em Lisboa desde 2016 que contam com a participação da comunidade científica portuguesa e europeia para a discussão de temas que englobam diferentes disciplinas científicas.

“Do ponto de vista dos encontros de ciência temos desde 2017 um caso interessante que é o facto de termos vários países convidados que no fundo permitem criar ali laços muito estreitos e convidar figuras não só da ciência como mesmo do campo da política, que também acabam por ser momentos cruciais no sentido de fomentar essa a diplomacia científica”, conta.

O objetivo deste projeto passa assim por recolher a partir destes estudos de caso a informação necessária para definir uma estratégia de diplomacia científica para os estados membros da União Europeia.

A ideia é que a UE possa definir um caminho que a leve a agir como uma entidade única no panorama científico internacional.

O projeto InsSciDE, Inventing a shared Science Diplomacy for Europe, é um projeto europeu financiado no âmbito do programa Horizonte 2020.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | CIUHCT | FCT NOVA

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