Este projeto está a avaliar se o SARS-Cov-2, o vírus responsável pela COVID-19, tem a capacidade de infetar a glândula tiróide.
Paula Soares, professora na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e investigadora no i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde e no IPATIMUP, espera que este estudo permita desenvolver novos protocolos de tratamento e de protecção para pacientes com COVID-19 que apresentem mazelas ao nível da tiróide.
“Este projeto pretende investigar se a glândula tiróide é alvo direto da infeção por SARS-Cov-2. A ideia do projeto surge do facto da glândula tiroideia apresentar altos níveis de expressão de ACE-2, uma molécula que serve de porta de entrada do vírus nas células humanas”, explica.
Segundo Paula Soares, existem vários relatos de infeção na tiróide e consequente hipotiroidismo, que corresponde a uma diminuição da função tiroideia, no decurso da infeção por coronavírus.
Esta investigação pretende descobrir se as células da tiróide podem ser infetadas diretamente pelo SARS-Cov-2. Para tal vai ser avaliada a expressão de ACE-2 na tiróide e a sua relação com a susceptibilidade à infeção por SARS-Cov-2.
Vai ser seguido um grupo de doentes que recuperaram da COVID-19 no sentido de avaliar se estes desenvolveram ou não uma disfunção da tiróide como hipotiroidismo.
O objetivo final do projeto é identificar precocemente uma possível comorbilidade associada à infeção por SARS-Cov-2 e, eventualmente verificar se o vírus é capaz de atacar directamente a glândula tiróide.
Desta forma será possível sinalizar pacientes que já têm patologia tiroideia como doentes de maior risco para a COVID-19.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | IPATIMUP | i3S