Com a ajuda do cidadão comum, esta plataforma permite identificar e registar as diferentes espécies de plantas e animais que habitam numa determinada região.
Patrícia Tiago, investigadora do CE3C – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), está a desenvolver a plataforma de ciência cidadã Biodiversity4All, uma base de dados de registo de biodiversidade construída com o contributo de cientistas e de cidadãos comuns.
O Biodiversity4All é uma plataforma constituída por um site e por uma aplicação, com o nome de iNaturalist, que permite aos utilizadores registar o avistamento de uma qualquer espécie de planta ou de animal que estes encontrem na sua região.
Os utilizadores podem registar a espécie através de uma fotografia, colocando-a na plataforma. Através da foto a aplicação identifica a espécie e fornece ao utilizador informação sobre o seu habitat e área de dispersão.
Os cientistas podem depois usar estes dados para identificar a presença de espécies não indígenas numa determinada região, ou para identificar tendências de dispersão de uma determinada espécie, sejam elas motivadas pelas alterações climáticas, por causas naturais ou por ação humana.
“Esta plataforma tem também um intuito importante de educação ambiental para que as pessoas conheçam melhor a biodiversidade que lhes rodeia”, acrescenta.
Para Patrícia Tiago, a principal valência desta plataforma é permitir que os cientistas tenham acesso a um volume de dados elevado fornecido pelos cidadãos. Assim é possível recolher informação sobre vários locais e a partir de diferentes pontos de observação, informação essa que de outra forma seria muito mais difícil de obter.
“Os cientistas podem ir recolher informação sobre a presença de espécies em locais onde eles não tinham sido ainda dados para aquele local. Pode, inclusivamente, em alguns casos muito extremos aparecer uma espécie nova para a ciência”, conta.
Esta plataforma já conseguiu inclusive identificar uma nova espécie de gafanhoto até então desconhecida.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | CE3C
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