Este grupo de investigação está a desenvolver um dispositivo capaz de detetar a infeção por malária através da pele do paciente de forma não invasiva.
Susana Catarino, investigadora no grupo Lab-on-a-Chip no CMEMS – Centro de Investigação em Microssistemas Eletromecânicos na Escola de Engenharia da Universidade do Minho (UM), está a participar no projeto MalariaChip com o objetivo de criar um dispositivo de diagnóstico capaz de detetar malária através de medições óticas sem que para tal seja necessário recolher sangue ou outras amostras biológicas.
Para conseguir detetar a malária este grupo de investigação está a estudar a presença de hemozoína, um subproduto produzido pelo parasita da malária que tem propriedades óticas específicas. A partir da análise da hemozoína é possível determinar o estádio da doença.
“De uma forma muito geral o que fazemos é analisar a reflexão ótica da luz que incide na pele do paciente e que retorna ao nosso dispositivo. A partir daí num sistema com eletrónica totalmente integrada conseguimos construir o espetro ótico da nossa amostra e perceber se há ou não hemozoína na mesma”, explica.
Este dispositivo consiste numa pequena caixa autónoma e portátil capaz de emitir e de receber luz. A partir de um algoritmo programado no próprio dispositivo é possível quantificar a luz refletida pela pele do paciente e identificar o nível de hemozoína na amostra.
Até ao momento, a equipa de Susana Catarino já conseguiu detetar a presença de malária em testes realizados em ambiente de laboratório.
Os resultados obtidos permitiram identificar cerca de 20 parasitas por microlitro de sangue, um resultado idêntico ao dos métodos de diagnóstico invasivos que são atualmente usados nos países onde esta doença ocorre.
“Acreditamos por isso que estamos perante uma tecnologia com elevado potencial para fazer a diferença no diagnóstico de malária”, reforça.
Este projeto está a ser desenvolvido em parceria com o ICVS – Instituto de Ciências da Vida e da Saúde da Universidade do Minho (UM).
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Google Scholar | UM
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