Os cogumelos shitake, que têm origem no Japão, são cogumelos em tronco conhecidos pelas suas qualidades nutritivas e por serem ricos em proteína.
Guilhermina Marques, docente na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e investigadora no CITAB – Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas, está a desenvolver o projeto FungiTech, uma iniciativa que visa melhorar os processos de produção de cogumelos shitake.
O FungiTech tem como base uma relação estreita entre a investigação e a indústria de produção de cogumelos com o objetivo de melhorar os processos produtivos, de dar novo destino aos resíduos desta produção, e de valorizar o próprio produto.
Este projeto está a ser desenvolvido em parceria com a empresa Floresta Viva, uma empresa especializada na produção de cogumelos em tronco, nomeadamente do conhecido cogumelo japonês shitake.
Estes cogumelos têm a capacidade de degradar lenhina, celulose e hemicelulose e são abundantes em muitos resíduos da agricultura e da floresta, como os serrins e os bagaços da produção de vinho e da produção de azeite.
Estes resíduos podem assim ser incorporados no material que será usada para o produção destes cogumelos.
Com o estudo das características de diferentes estratos de resíduos, será possível identificar aqueles que têm maior valor nutricional para o cogumelo, e desta forma criar um produto alimentar com características nutracêuticas e medicinais que podem ser valorizadas.
As substâncias ativas que conferem estas propriedades poderão inclusive ser usadas em produtos da indústria cosmética e da indústria farmacêutica.
“Neste momento temos também uma linha de alimentação animal em que parte desses resíduos podem ser incorporados na alimentação com benefícios para os animais, que assim aproveitam também as substâncias ativas que vêm nos micélios dos cogumelos”, revela.
Este projeto pretende assim resolver a problemática dos resíduos da produção agrícola, valorizando os cogumelos e, por sua vez, aproveitando os resíduos da sua produção para aplicação em indústrias diversas, promovendo a sustentabilidade destes setores numa perspetiva de economia circular.
O projeto FungiTech está a ser desenvolvido em parceria com a Floresta Viva e com o Centro de Química de Vila Real.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | UTAD | CITAB
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