A ideia é reintroduzir o CO2 produzido pela indústria no ciclo de produção, transformando-o em metano que poderá ser usado como combustível na rede pública de gás natural.
Ana Cristina Ferreira, investigadora no Centro de Química Estrutural (CQE) do Instituto Superior Técnico (IST), está a desenvolver o projeto CO2 CRASH com o objetivo de reduzir o dióxido de carbono em hidrocarbonetos como o metano.
O CO2 CRASH está a produzir catalisadores nanoestruturados a partir de compostos de cobalto para serem usados na redução de CO2 em metano.
Estes catalisadores têm apresentado uma selectividade de 90% para o metano e uma conversão de 60% do dióxido de carbono a temperaturas entre os 300 e os 350 graus. Estes resultados são superiores aos produzidos por catalisadores à base de ródio ou de níquel.
Após a produção do metano ele será reconduzido para a rede pública de gás natural, diminuindo assim o recurso a combustíveis fósseis. Para além do uso doméstico, o gás natural é hoje uma das principais fontes de produção de eletricidade.
Com este sistema será possível reduzir a quantidade de CO2 que é emitida para a atmosfera, assim como o volume de gás natural proveniente de combustíveis fósseis.
“O intuito deste estudo é tentar utilizar outras fontes de dióxido de carbono como é o caso do biogás, e testar estes mesmos catalisadores utilizando esta fonte mais suja de dióxido de carbono de modo a também convertê-lo parcialmente em metano, e depois utilizar este biogás enriquecido em metano para abastecer a rede pública e a indústria”, reforça.
Ana Cristina Ferreira espera que o estudo destes catalisadores permita desenvolver um método sustentável para o tratamento de dióxido de carbono com benefícios para o ambiente mas também para a economia.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | CQE