Este estudo avaliou os comportamentos e os sentimentos dos portugueses sobre o consumo de açúcar na sua alimentação.
Marília Prada, professora no Departamento de Psicologia do ISCTE-IUL e investigadora no Centro de Investigação e Intervenção Social (CIS), está a estudar o consumo de açúcar na população portuguesa.
“Nos últimos anos tenho vindo a investigar alguns dos factores que determinam a forma como nós avaliamos alimentos. Temos por exemplo estudos experimentais que demonstram que basta descrevermos um produto como sendo de origem biológica, sem glúten, ou de base vegetal para que muitas vezes as pessoas lhes infiram outras propriedades, nomeadamente que são mais saudáveis, menos calóricos, menos processados e até mais amigos do ambiente”, revela.
Desde 2018 que Marília Prada coordenada com Margarida Garrido um projecto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) que visa investigar os determinantes individuais e contextuais do consumo de açúcares livres em Portugal.
Açúcares livres são açúcares que são adicionados aos alimentos pelos produtores, pela indústria da restauração, ou pelos próprios consumidores. Por exemplo, quando colocamos açúcar no café, ou no chá, ou quando barramos um pão ou uma panqueca com mel.
Estes estudos evidenciam que as pessoas têm atitudes negativas face ao açúcar, ou seja, reconhecem alguns dos seus malefícios e são favoráveis à implementação de medidas governamentais para reduzir este consumo.
No entanto, diferentes amostras que incluem estudantes universitários, pais, ou professores do ensino básico, têm evidenciado desconhecimento sobre o volume de açúcar presente nos seus alimentos.
Por exemplo, as pessoas têm dificuldade em identificar fontes de açúcar em listas de ingredientes, e em geral desconhecem os limites máximos de consumo de açúcar definidos pela Organização Mundial de Saúde.
Marília Prada espera que os resultados deste estudo possam informar melhor a população e contribuir para o desenvolvimento de intervenções destinadas a reduzir o consumo de açúcares livres.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | ISCTE-IUL
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