Este projeto está a identificar alguns dos mitos associados à preparação e conservação de alimentos com o objetivo de reduzir o risco de intoxicações alimentares.
Paula Teixeira, docente na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa (ESB/UCP) no Porto e investigadora no Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF), participa no projeto SafeConsume, um projeto financiado pelo Horizonte 2020 e que envolve 32 parceiros de 14 países europeus.
Provavelmente já lhe disseram que a melhor forma de ver se um ovo ainda está bom para ser consumido, é colocá-lo num recipiente com água e verificar se este vai ao fundo. Se o ovo for ao fundo, ainda está bom, se flutuar, é porque está estragado.
Neste projeto foram avaliadas as práticas de preparação de alimentos de quinze famílias em cinco países. Nesta avaliação um dos mitos mais referidos foi precisamente o do ovo que flutua.
Paula Teixeira decidiu então testar a validade deste mito. Para tal, em laboratório, foram infetados vários ovos com níveis elevados de salmonela. Estes ovos foram depois avaliados para verificar se a presença de salmonela fazia com que o ovo flutuasse.
“O que verificamos foi que mesmo com níveis muito acima daquilo que um ovo normalmente pode conter o ovo continuava no fundo do copo”, revela.
Isto significa que a presença de salmonela não afeta a capacidade do ovo ir ao fundo.
Os resultados indicam assim que este método não é válido para avaliar a presença de salmonela num ovo. Um ovo que flutue é sempre um ovo estragado, contudo, só porque um ovo vai ao fundo, não significa que este não contenha níveis elevados de salmonela.
“Este é um dos exemplos em que o projeto e a atividade realizada no laboratório desvendou um dos mitos mais enraizados não só em Portugal mas em muitos dos outros países que participam no projeto”, reforça.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | UCP | CBQF